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quinta-feira, 19 de junho de 2008

Missô-Shiru

Tem data e local certos a chegada da imigração japonesa ao Brasil. Foi a bordo do vapor Kasato- Maru que aportou em Santos a primeira leva organizada de trabalhadores vindo do Japão no dia 18 de julho de 1908.

Com uma cultura rica e bem particular, eles saíram de seu pequeno país em busca de trabalho neste Brasil imenso. Assim como para eles foi uma descoberta enigmática, o mesmo aconteceu com os brasileiros que os recebiam: para estes, abria-se uma era de contato com uma civilização que em um século de presença, mostraria ter muito a ensinar. Apesar de todas as dificuldades iniciais, pois as condições que viriam a encontrar nas fazendas de café no interior de São Paulo, em nada contribuíam para a realização de seus sonhos de melhorar o padrão de vida, em nada pareciam com o que lhes haviam prometido.

Uma das grandes dificuldades era a adaptação ao alimentos disponíveis naquela época em nosso país. Havia o arroz, mas do tipo diferente do japonês, era difícil de ser preparado no ponto e sabores desejados, os peixes eram raros assim como as verduras e legumes que não eram comuns na alimentação local. Sem falar que os pratos brasileiros, sempre com muita gordura (de porco, pois não havia geladeira na época e as carnes eram conservadas na banha), eram muito pesados para os hábitos japoneses. As provisões que recebiam nas fazendas eram um mistério: farinhas de mandioca e milho, o feijão era conhecido, mas para preparar como doce. O charque não apetecia, pois parecia cheirar mal, o bacalhau seco, desconhecido, era inicialmente preparado sem ser demolhado e ficava salgado. A saudade do chá, inexistente nas fazendas. Os brasileiros por outro lado, achavam estranho que os japoneses insistissem em comer cruas as verduras que conseguiam encontrar ou cultivar.

Com o passar do tempo, quando se libertaram do trabalho nas fazendas, começaram a se dedicar ao aperfeiçoamento das culturas agrícolas mais familiares, além de enriquecer a variedade e quantidade dos produtos hortifritigranjeiros que abastecem a nossa mesa em todo o país. E continuam até hoje sempre se atualizando em sua produção e agora temos os ingredientes japoneses para enriquecer ainda mais a nossa culinária.

A especialidade dos japoneses no cultivo da terra conseguiu enriquecer as nossas mesas. Logo surgiram as quitandas, hoje tão tradicionais em nosso país

O prato que escolhi para participar deste evento, é a deliciosa sopinha de missô-shiru preparada à base de dashi (caldo) e missô (pasta preparada à base de soja fermentada) , que geralmente acompanha as refeiçoes japonesas que incluem cinco pratos: uma sopa, um cozido, um grelhado. guranições de legumes e arroz. A bebida principal é o chá, e a bebida alcoólica é o saquê (fermentado de arroz). No almoço, a refeição é simplificada: arroz, ovo cru, algas, conserva e sopa de missô. Bem tudo isso agora é bem relativo, pois os descendentes já comem de tudo de nossa culinária misturada com a deles.

Ingredientes:

  • 4 xícaras de chá de água
  • 1 envelope de "hondashi" (tempero a base de peixe Bonito que confere um suave sabor de peixe)
  • 3 colheres (sopa) de missô
  • 3 colheres (sopa) de cebolinha verde picada

Modo de Preparo

Em uma panela média, leve ao fogo a água para aquecer, quando abrir fervura, junte o "hondashi" e misture. Em uma tigela pequena (eu uso uma concha grande) separe um pouco do caldo e dissolva o missô, adicionando novamente ao caldo da panela. Desligue o fogo, pois não é bom ferver o missô. Acrescente a cebolinha picada e sirva em cumbuquinhas. Tome a sopa na cumbuca, sem colher.

Você pode servir o missô com a cebolinha, salsinha, alga "nori" picadinha, e tofu (queijo de soja) cortado em cubos dispostos em travessinhas separadas. As pessoas adicionam o que quiserem na hora de tomar a sopa. Outras guarnições podem ser servidas nesta sopa como "daikon" (nabo), vagens, ovo, frutos do mar, etc.

Para participar das comemorações dos 100 anos da Imigração Japonesa ao Brasil, visite o blog da nossa querida Akemi, Pecado da Gula e contribua com a sua receita!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Kibe Assado Vegan

Este quibe é feito com a proteína de soja texturizada granulada (PTS), a conhecida carne de soja. Apesar de eu não ser vegetariana, às vezes compro um pacote do produto acima e depois fico pensando: Ai, o que eu vou fazer com isso? Hamburguer, almondega, molho à bolonhesa, misturo ou não com a carne moída? - e o pacote vai ficando na despensa. Descobri esta receita de quibe de soja com a Gi, do Coffee Coffee , aliás seu blog é ótimo, muito educativo e ela é muito talentosa. Esta receita é uma delícia, super saudável e agradará muito os vegetarianos e não vegetarianos. A receita original está aqui.
Ingredientes:
  • 2 xícaras (chá) de trigo para quibe
  • água fervente (o suficiente para ficar um dedo acima do nível do trigo)
  • 1 xícara (chá) de proteína texturizada de soja (PTS) granulada
  • 4 batatas pequenas-médias cozidas e amassadas (cozinhe as batatas com a casca, para evitar que a batata absorva água, o que pode deixar o quibe mole) - eu cozinhei as batatas no microondas, ficaram bem sequinhas).
  • 1 xícara (chá) de farinha de rosca
  • Temperos à gosto: muita hortelã, 1 cebola grande ralada, sal, pimenta síria, um pouquinho de alho, canela, pimenta do reino...
  • Recheio: o que desejar: eu usei requeijão culinário (aquele que vem numa bisnaga de plástico
  • Azeite de oliva para pincelar o quibe
  • Óleo de soja para untar a forma.

Modo de Fazer:

  1. Colocar o trigo em uma tigela funda e despejar água fria até cobrir. Deixe de molho por 1 hora (eu deixei 30 min.). Enquanto isso prepare os temperos.
  2. Coloque a proteína de soja em uma outra tigela e despeje água fria até cobrir. Deixe de molho por 5 minutos, escorra, lave e repita o processo por mais 3 vezes (até a espuma que se forma na superfície desaparecer). Esse processo é importante para que a soja não fique com o famoso "gosto estranho". Quando você faz isso, retira o fitato, presente na casca da soja que dá este gosto que muita gente não gosta. Escorra bem para retirar toda a água.
  3. Numa tigela bem grande, misture o trigo já espremido, a proteína de soja espremida, a batata amassada e os temperos. Amasse muito bem, vá despejando a farinha de rosca até adquirir uma consistência semelhante ao quibe com carne. Verifique o sal, se necessário coloque mais, deve ser bem temperado.
  4. Unte um refratário retangular médio com o óleo, coloque metade da massa, coloque o recheio, e coloque o restante da massa. Faça losangos, regue com azeite ou pincele se preferir. Leve ao forno (200º) pré-aquecido por 6 minutos e asse aproximadamente uns 20 a 25 minutos. No final, eu coloquei no modo grill para dar mais cor no quibe por uns 5 a 10 minutos. Sirva com berinjelas e abobrinhas grelhadas.

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