São Paulo já nasceu com vocação para ser uma cidade do mundo, da pequena Piratininga a grande São Paulo foi num piscar de olhos. Acolheu imigrantes das mais varidadas culturas, começando com os portugueses, depois africanos, italianos, japoneses, alemães e por aí vai. Com a culinária paulista não podia ser diferente:
Chegaram os portugueses com malas e cuias, com ajuda dos índios descobriram os produtos
regionais, palmito, mandioca, abóboras, feijões, amendoins e frutas. Colocaram na mesma panela, as técnicas culinárias trazidas da Europa e aplicada com ingredientes bem brasileiros. Dos portugueses herdamos os doces, as receitas de bacalhau, os guizados e ensopados. Os africanos já deixaram sua marca na comida baiana, e outras por esse Brasil afora. Os italianos
chegaram com muita massa, assados, berinjelas zucchini, pimentões e muito vinho. A culinária japonesa também com suas receitas diferenciadas, a princípio meio tímida e com dificuldades, pois quando aqui chegaram sentiram muita falta de suas verduras e seus ingredientes. Atualmente é uma das mais importantes correntes gastronômicas da cidade, sem falar dos melhores pastéis brasileiríssimos que eles fazem.
Apesar de toda essa globalização, temos a culinária caipira do interior mesmo, desenvolvida através da história de nosso Estado. O desbravamento dos Bandeirantes pelas bandas de
Campinas, o troperismo da região de Sorocaba, a feira de muares, que trazia a culinária do sul a ponto de muita gente achar que o feijão tropeiro é típico da cidade. Sem dúvida, toda esta movimentação foi muito importante para a formação de novas cidades, onde apenas havia fazendas cafeeiras, cana de açúcar e agricultura de subsistência. Nosso Estado ainda mantém suas tradições, o arroz com feijão, a banana frita, o quibebe, o cuscus, pamonha e curau, frango caipira, o picadinho na faca... e por aí vai, sem falar ainda no litoral de São Paulo, com suas peixadas típicas que me obrigaria a ficar escrevendo infinitivamente sobre nossa diversidade. O prato que eu escolhi para hoje, não poderia ser mais comum, pois está na mesa do povo que trabalha duro e na sua simplicidade não abre mão do arroz com o feijão com a mistura do dia:
Picadinho
Ingredientes:
- 500g de coxão mole ou alcatra em cubinhos
- 2 colheres (sopa) de óleo
- 1 cebola grande picadinha
- 1 dente de alho picado
- 1 xícara de tomate bem maduro, picadinho
- Sal e pimenta do reino à gosto
- Salsinha para polvilhar.
Modo de Preparo: Ponha o óleo e a cebola e o alho para dourar numa panela . Junte os cubos de carne até que fritem, acrescente sal e pimenta-do-reino à gosto. Acrescente o tomate picadinho e deixe cozinhar em fogo brando até a carne ficar macia, mas não desmanchando, com o próprio vapor do picadinho. Se precisar, acrescente um pouco de água. Está pronto, sirva com arroz, feijão, na verdade com o que você gostar.
Fonte da Receita: Livro São Paulo - Paisagens, Cultura e Arte
Texto: Cláudia B.
Agora passo a vez para a Cris (From our home to yours) e para a Verena (Mangia che te fa bene).